terça-feira, 17 de setembro de 2013

Construção do Ferroanel é urgente, diz presidente da Abifer

Estrutura que visa melhorar a circulação de trens de carga no entorno de São Paulo deve ter o trecho norte concluído até 2015

 por Raphael Salomão



O Ferroanel, estrutura ferroviária que visa melhorar a circulação de trens de carga no entorno da cidade de São Paulo, deve ter pelo menos o trecho norte concluído até 2015. É o que espera o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate.

O trecho deve ser construído junto com o trecho norte do Rodoanel, conforme um acordo entre governo estadual e o federal no final do mês de agosto. Um dos objetivos da estrutura e evitar a passagem de trens de carga por linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), destinada a passageiros.

Abate, que esteve no Fórum Caminhos da Safra, realizado nesta terça-feira (17/9) pela Globo Rural, explicou que o governo paulista pretende a partir de 2015 restringir mais o transporte de carga pelas linhas da CPTM. Por isso, a urgência da construção de pelo menos um trecho do Ferroanel.

“A CPTM em 2015 estará transportando 3,5 milhões de passageiros por dia. Ela vai cada vez mais fechar as janelas de carga. Então, tem que ter uma equação ferroviária à parte”, disse o presidente da Abifer.

Vicente Abate disse também que o único ponto que falta ser resolvido entre o governo e o setor privado é a devolução ao Estado de trechos atualmente operados pela MRS Logística e a ALL, para que possam ser feitas licitações dentro do novo modelo de concessões ferroviárias.

“Para sair a tomada de subsídios, precisa só desse equacionamento que já está sendo feito entre os governos e as concessionárias. Saindo isso, pode ser feita uma licitação no ano que vem. Daí são dois, três anos para construir alguma coisa que vai estar dentro do prazo dado pelo governo de SP”
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 Globo Rural  17 setembro de 2013

2 comentários:

  1. A construção do Ferroanel de São Paulo – que vem se arrastando há anos, embora esta seja uma obra de grande importância para São Paulo e para o país pode receber um grande impulso, se os governos federal e estadual, responsáveis por ela, chegarem a um acordo sobre uma proposta feita por este último. São Paulo se dispõe a elaborar o projeto executivo e a cuidar do licenciamento ambiental do Tramo Norte, entre Jundiaí e Itaquaquecetuba, ao custo estimado de R$ 15 milhões.
    Deve ser ressaltada também a grande importância de uma ligação rodo ferroviária entre Parelheiros e Itanhaém para cargas e passageiros, o que poderá levar a presidenta Dilma Rousseff e o governador Geraldo Alckmin a acertarem em princípio a sua construção conjunta, deveria ser suficiente para fazer ambos dar novos passos nessa direção.
    São patentes as dificuldades que a ausência do Ferroanel cria para o transporte de carga em direção ao Porto de Santos e de passageiros na região metropolitana de São Paulo geram o maior gargalo ferroviário do país. Hoje os trens de carga que se destinam àquele porto têm de utilizar linhas concomitantes com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que passam pela região central da capital. A concessionária que faz esse transporte só pode operar em períodos restritos, o que diminui sua eficiência e aumenta seu custo.
    E a situação é agravada, porque, para aumentar sua capacidade de transporte de passageiros, a CPTM deseja diminuir o intervalo entre os seus trens. Suas razões para isso são técnicas, porque o sistema de transporte coletivo da Grande São Paulo, do qual ela é uma das responsáveis, já ultrapassou em muito o limite de sua capacidade e o número de passageiros continua aumentando. Se ela adotar aquele medida, haverá redução ainda maior da circulação dos trens de carga.
    Só o Ferroanel, a começar pelo Tramo Norte, que tem de longe o maior potencial de transporte, poderá resolver o problema. Hoje, dos cerca de 2,5 milhões de contêineres que chegam anualmente ao Porto de Santos, apenas uma quantidade irrelevante 100 mil é despachada por trem, um meio de transporte mais rápido e econômico do que os caminhões. Com o Ferroanel, estima-se que o volume que por ele circulará chegue acima de um milhão de contêineres. Os benefícios para os setores mais diretamente ligados a essa atividade – produtores e transportadores – e para a economia do País como um todo serão enormes.
    Ganhará também a capital e o litoral paulista, dos quais deixarão de circular cerca de 5 mil caminhões por dia, um alívio considerável para seu trânsito sempre congestionado.
    Há razões fundamentadas para que a construção rodo ferroviária concomitantemente é mais racional e econômica, deve os responsáveis pelos governos federal e estadual a deixar de lado divergências políticas. Já passou da hora para que eles aproveitarem a ocasião para demonstrar que são capazes de colocar o interesse público acima de suas ambições políticas.

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